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domingo, 6 de junho de 2010

dezvezesnada: Socorro, em 2010 vou "importar" 1 semana de férias!

dezvezesnada: Socorro, em 2010 vou "importar" 1 semana de férias!

Socorro, em 2010 vou "importar" 1 semana de férias!

Hoje, enquanto circulava calmamente na AE2, ouvi as declarações de S. Exª, o Presidente da República, dizer: "...férias no estrangeiro são importações, e isso aumenta a dívida externa do Pais..."! Pasmada, aumentei o volume do rádio, só para ter a certeza que não tinha ouvido mal. Infelizmente, ouvi muito bem...
Pus-me a pensar: eu vou uma semanita de férias para o estrangeiro, e por causa da crise, não tenho dinheiro para comprar nada lá fora para trazer cá para dentro.
O que raio estou eu a importar que aumenta a dívida externa do País?...
Vou viajar na TAP, uma empresa Portuguesa que precisa de passageiros para fazer face à crise; não vou comprar nada; gastar dinheiro em comida e transportes no estrangeiro, 6 diazitos, (e porque estou a dieta vou comer pouco e andar muito a pé), implicará gastar o quê? 400,00 euros? Ora, não será certamente esse montante que irá desiquilibrar a balança entre as exportações e as importações.
Claro que sempre se poderá dizer que os 400,00 euros gastos lá fora podiam ser gastos cá dentro, mas, em bom rigor, isso significaria que o dono do Hotel onde eu me hospedasse não despedia os trabalhadores contratados a prazo no fim do verão?; ou significaria que por eu ficar cá, e fosse de comboio para o Algarve, a CP já não seria privatizada?
Bem, não percebo mesmo nada de economia...
Mas acho que para diminuir a diferença entre as importações e exportações, talvez não devessem os Governos liderados pelo nosso Presidente da República nos idos anos 80/90, ter deixado morrer os têxteis; a indústria do calçado; a indústria naval; a produção de aço na Siderurgia Nacional;
Talvez que se os produtores de leite dos Açores não fossem obrigados a deitar fora os execedentes, talvez se não tivessemos recebido dinheiro para abater olival, barcos de pesca, vinha, não fosse necessário comprar 60% ao estrangeiro e pudessemos exportar mais 30 ou 40% do que exportamos.
Aprendi, na Escola Alfredo da Silva, há muitos anos atrás, que o equilibrio entre exportações e importações é fundamental para uma economia saudável.
Não quero prescindir dos meus 6 diazitos lá fora, egoisticamente, reconheço, mas acho que S.Exª o nosso Presidente da República, deve preparar-se para que os Presidentes dos outros Países façam o mesmo apelo aos seus cidadãos.
Assim, nós não saímos para o estrangeiro, mas os estrangeiros também não vinham para cá, porque a crise é Europeia e os Franceses, Alemães, Ingleses, também não se podem dar ao luxo de fazer "importações" de semanas de férias que façam desiquilibrar as suas balanças e perigar as suas economias.
Por cá, para evitar o excesso de importações, vamos deixar de comprar produtos Israelitas, por exemplo?

terça-feira, 1 de junho de 2010

Há dias em que não gosto de "tugas"!

O tuga é aquele que circula na AE a 60/km Hora; estaciona em local público, ocupando dois lugares quando sabe que há falta de lugares para estacionar;ultrapassa pela direita; em cima da passadeira; liga a música em altos berros, porque gosta muito daquela em especial e toda a vizinhança tem que gostar;fala e ri mais alto do que toda a gente à sua volta, só porque gosta muito de si próprio; faz um escândalo no restaurante, porque o empregado demorou muito a atende-lo; faz uma bela de uma "peixeirada" (sem qualquer desrespeito pelas peixeiras)em qualquer lugar público só porque determinada situação não lhe agradou;"espeta" o dedo no cara do seu interlocutor para fazer valer o seu ponto de vista, em tom professoral, fazendo com que o interlocutor se sinta uma criança repreendida em público;afirma, alto e bom som que é um intelectual de craveira internacional, que já escreveu, já leu, já foi à ópera, já viajou imenso, conhece muita cultura, muita religião, tem sempre opinião sobre tudo, mas não faz NADA; tuga é aquele animalzinho que acha que cada vez que o Benfica ganha lhe saiu o Euro milhões; que acredita em Deus, mas lixa constantemente o vizinho do lado, acredita na virtude, na moral e nos bons costumes, mas trai, engana, burla os outros, quer sejam conhecidos, amigos ou simplesmente desconhecidos; entope as caixas de correio electrónico de todos os amigos com as mais pirosas e estúpidas máximas Brasileiras (tudo bem, os amigos também servem para isso); envia um número indeterminado e interminável de vídeos e fotos pornográficas ou eróticas para todos os seus contactos "macho" ou companheiras dos ditos "macho", bate com a mão no peito e diz que "a mim ninguém me engana"; é o mais esperto, o mais inteligente, o melhor profissional, tem a melhor mulher e a melhor amante dos arredores; os seus filhos são uns génios incompreendidos porque bateram no professor e foram castigados; contesta as teorias dos outros, porque só a dele é que é a certa;vota e elege, mas chama "ladrão" aquele que acabou de eleger; queixa-se do Estado não lhe resolver o problema dele, mas pratica fuga ao fisco, não paga as multas, não se deixa citar quando é demandado, mas critica formentente a justiça porque tem "mão branda" para os criminosos; diz que é democrata mas que Portugal precisa de um novo Salazar;
Pois, pois!. Os tugas são assim, e os Governantes dos "tugas" são assim.É um caso de sucesso em política.
Por isso tem dias, que não gosto nada de "tugas".

domingo, 9 de maio de 2010

O desejo nacional de ser "famoso"

Às vezes parece-me que o desejo nacional, aquilo que motiva todos os comuns mortais, é a vontade de serem "famosos". Tal vontade é tão forte que move montanhas, como a fé.
As pessoas tudo fazem para aparecer, nos jornais, nas revistas, na televisão, na rádio, em blog's, nos círculos de amigos, nos locais de trabalho, enfim, em todas as circunstâncias em que surge uma oportunidade, lá aparecem, como se fossem o "emplastro" das reportagens televisivas. Umas vezes gritam mais alto que os outros, outras vezes espreitam por cima do ombro do entrevistador, acenam para a câmara,pintam o cabelo de verde, ou roxo, ou vermelho,põem-se em bicos de pés, para ficar mais altos e se verem melhor, escrevem os seus pensamentos,partilham com todos aquele seu desejo de ser famoso, lêem e relêem aquilo que escreveram, uma e outra vez, na esperança que os contadores de leituras lhes tragam de volta a satisfação de ver que aquilo que escrevem é importante para os outros e que isso os torna, de certa forma, famosos, ainda que sejam eles próprios a contribuir para o avanço de tais contadores.
Triste percurso o destes candidatos a famosos. Mais valia inscreverem-se num qualquer reality show, porque, certamente, aí se tornariam famosos em três tempos, sem ser neceessário fazer avançar os contadores de leituras.

terça-feira, 6 de abril de 2010

DESCARTÁVEL

Corremos todos os dias de casa para o trabalho e vice versa. Corremos para fazer o jantar, para ir buscar ou levar os filhos à escola,para estender a roupa, pôr outra a lavar, e, finalmente, corremos para o sofá, exaustas, meio mortas, onde caímos num estado semi adormecido, olhar fixo na TV, nao vendo sequer, as cenas que se sucedem, imagem a imagem no ecran.
Corremos no dia a dia, como se da corrida dependesse estarmos vivos,esquecendo que de tanto correr, chegamos mais depressa ao fim.
Corremos numa espécie de fuga para a frente, passando, no afã de tanta correria, por cima de sentimentos, de estados de espírito e até de pessoas.
Corremos para atingir um fim, um objectivo, indiferentes ao que se passa ao nosso lado.
Corremos todos os dias da nossa vida como se fosse importante chegar a algum lado, e quando lá chegamos, vemos que, tanta correria só nos trouxe a noção real e exacta de que somos um produto descartável, que atingiu o seu prazo de validade e se deita para o lixo.

domingo, 4 de abril de 2010

ESTE CANTINHO À BEIRA MAR PLANTADO.

Deambulo à beira do Tejo
num entardecer luminoso,
onde o Sol começa, lentamente,
a adormecer no leito do rio.
Sento-me à mesa numa esplanada,
que não é mais do que um amontoado de
pedras com muitos, muitos anos,
dispostas de forma irregular.
À minha volta, ouço tagarelar.
Reparo que, na mesa à minha frente,
fala-se francês, um pouco mais ao lado, Inglês.
À nossa volta, o rio, maré cheia.
Em frente, Lisboa, majestosa, magnifica,
Banhada pelos reflexos do sol.
Atracados no Cais, dois navios de cruzeiros.
Inúmeros aviões cruzam o céu por cima das nossas cabeças,
já em rota descendente,
trem de aterragem pronto para descer em Lisboa.

Uns partem, outros chegam, outros ficam.
E, ali, no meio do Rio, rodeada de pessoas
Que falam outras línguas, sinto-me, também eu,
uma turista no meu próprio País.

Descubro, que afinal,
vivo mesmo num cantinho à beira mar plantado.

quarta-feira, 31 de março de 2010