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quinta-feira, 18 de março de 2010

Quarta

Conheci uma mulher com 63 anos.Empresária.Durante 42 anos construiu um negócio de família, com o marido e os filhos.Toda a sua vida trabalhou ombro a ombro com o marido, e à noite, em casa, era ela quem fazia tudo o resto para que a casa da família fosse um lar.
Nos dias em que o estabelecimento esteva fechado, o marido e os filhos iam passear, descansar, e
ela tratava das roupas, da limpeza da casa, das compras, das ementas dos jantares diários, etc...etc...Um dia, descobriu que os filhos já não precisavam da mãe, e o marido já não precisava da mulher.
Ele passou a sair com outras mulheres, como nunca saiu com ela. Os filhos começaram a levar-lhe os netos para cuidar no dia de folga e nas noites.
Está á beira da reforma do trabalho, da reforma do marido, dos filhos. Está sózinha.
E quando já não tiver que ir para o estabelecimento todos os dias, vai ficar sentada, em casa, em frente ao televisor, meio a dormir, meio acordada, a ansiar por aquele momento em que os netos cheguem para se sentir de novo viva.
No fim de uma vida inteira dedicada aos outros, ao trabalho, onde não sobrou nem tempo nem espaço para ela, o que vai ser desta mulher?

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